Igreja Matriz Nossa Senhora dos Remédios

 

          Por ocasião da fundação do povoado ergueu-se uma pequena capela dedicada São Roque sobre o atual morro do Forte, onde então se encontravam construídas as primeiras moradias. Porém, em 1646, Dona Maria Jácome de Melo doou a área situada entre os rios Perequê-Açu e Patitiba para a construção do novo povoado exigindo que nele se construísse um capela dedicada a Nossa Senhora dos Remédios, santa de sua devoção, e que não se molestassem os índios que ali viviam.

          Esta primeira capela foi demolida em 1668 e em seu lugar construída uma igreja maior, de pedra e cal, obra que só terminou em 1712.

          Contava a nova matriz com sete altares, sendo duas capelas internas. Em 1787, por ser a igreja pequena para a população, cerca de 2.700 pessoas, iniciaram as obras de um novo templo em local perto da antiga igreja.

          Esta obra por ser grandiosa custou ao povo grande soma de dinheiro e, por falta de ajuda financeira, teve sua construção paralisada várias vezes.

          Custeou e administrou o final da obra a piedosa senhora Paratiense, Dona Geralda Maria da Silva, que por isto recebeu do Imperador Dom Pedro II o título de Dona do Paço. A sete de setembro de 1873 foi a igreja entregue ao culto público, precedendo à sua benção uma procissão em que se transladaram as imagens da Igreja da Santa Rita para a Matriz, costume que se conserva até hoje.

           De estilo neoclássico, sobressai por sua imponência e apresenta a sobriedade e o despojamento característicos deste estilo, em que as grandes massas se contrapõem ao ritmo dos vãos.

          Destacam-se nesta igreja; a imponência da edificação, suas torres inacabadas, as imagens das antigas capelas, o retábulo das capelas internas do século XVIII e a pia batismal, do século XVII.    São dignos da especial atenção as imagens da Semana Santa, em tamanho natural, de vestir ou de roca. Um detalhe curioso, são as torres inacabadas e o fundo da edificação por terminar. Acredita-se que isso aconteceu não só pela falta de recursos e mão-de-obra escrava, mas também porque a igreja teria afundado, inclinando-se perigosamente para frente, devido à inconsistência do terreno onde foi construída.

 

 

           No período de 2007/2010 a igreja passou por restauração onde teve as suas características originais de douramento e policromia resgatadas.

Fotos antes da restauração:

     

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Fotos da igreja restaurada:

Altar-Mor de Nossa Senhora dos Remédios Capela do Santíssimo Capela do Senhor dos Passos

 

Altar de São Roque Altar de Nossa Senhora do Terço Altar de São Miguel Altar de São Francisco de Paula

 

Altar do Senhor da Cana Verde

 

Tribuna

 

Batente em pedra com pintura marmorizada e porta com pintura decorativa imitando madeira Respaldo de dossel da Capela do Santíssimo com pintura decorativa

 

Disposições internas:

 

1)      Altar-Mor – onde fica entronizada no nicho central, a imagem da padroeira de Paraty, Nossa Senhora dos Remédios, em madeira policromada/dourada do século XVIII, ladeada pelas imagens de São Joaquim (à direita) e Sant’Ana (à esquerda), ambas em madeira policromada/dourada  do século XVIII.

 

2)      Altar de São Miguel – cujo atributo do santo no retábulo é simbolizado pelo lábaro e a balança. Possui entronizada no nicho a imagem de São Miguel, em madeira policromada/dourada do século XVIII.

 

3)      Capela do Senhor dos Passos – possui no topo do retábulo, resplendor aplicado, em madeira entalhada, composto por raionado e nuvem, com coroa de espinhos e cravos ao centro representando os símbolos da “Paixão”. Entronizada dentro do nicho fica a imagem do Senhor dos Passos, utilizada na Procissão do Encontro na Semana Santa.

 

4)      Altar de São Francisco de Paula – cujo atributo do santo no retábulo é composto por resplendor aplicado, em madeira entalhada com raionado e cajado, com um círculo ao centro com a inscrição “CHARITAS”. Possui entronizada a imagem de São Francisco de Paula, em madeira policromada do século XVIII.

 

5)      Batistério – possui teto com pintura decorativa, uma pia batismal do século XVII, que pertenceu, provavelmente, à igreja anterior.

 

6)      Altar de São Roque – cujo atributo do santo no retábulo é simbolizado por um chapéu e um cajado do qual pende uma cabaça. Possui entronizada a imagem de São Roque em madeira policromada/dourada do século XVIII.

 

7)      Capela do Sagrado Coração de Jesus – possui no retábulo um resplendor aplicado, em madeira entalhada com os símbolos eucarísticos (cálice e hóstia). Possui entronizada imagem do Sagrado Coração de Jesus em madeira policromada/dourada do século XX. Esta capela era, anteriormente, dedicada à adoração perpétua ao Santíssimo Sacramento.

 

8)      Púlpito – em madeira policromada.

 

 

9)      Altar de Nossa Senhora do Terço – cujo atributo da santa no retábulo é composto por resplendor aplicado, em madeira entalhada com rainonado e nuvens tendo ao centro um anagrama “AM” simbolizando Ave Maria. Possui entronizada a imagem de Nossa Senhora do Terço em madeira policromada/dourada do século XVIII, e duas imagens de roca: São Francisco de Assis e São Domingos de Gusmão.

  

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